Estamos dando nossa opinião mesmo sem ter uma
As mídias sociais nos deram voz, mas isso não quer dizer que temos que falar o tempo todo. Estamos banalizando nossa opinião porque queremos não só estar por dentro de tudo — mas também mostrar isso aos outros.
Em 1º de abril, o jornal NPR postou no Facebook um artigo supostamente criticando a falta de hábito de leitura dos americanos. Aí os seguidores comentaram e compartilharam criticando e julgando os “mal-leitores”.
Eles só não contavam que se tratava de uma piada. O link leva a uma página explicando que muita gente comenta sem sequer ler a história. Bingo!
Algo semelhante aconteceu esta semana no Brasil, quando um gringo “chamou” a vila de Favela Olímpica, e o povão patriota correu para xingá-lo no Twitter.
Sempre existiu gente dando pitaco naquilo que nem faz ideia. Mas agora fazem isso o tempo todo, afinal pelas redes sociais é mais fácil e garante curtidas (!).
Essa compulsão por estar por dentro de tudo e opinar sobre tudo é negativa. Nos deixa ansiosos, com pressa e acostumados a uma abordagem superficial, já que é impossível se inteirar com as 50 notícias que pipocaram em 5 minutos no feed.
Na verdade, é saudável não tentar saber de tudo. É saudável ficar por fora de certos temas. Também é saudável ser humilde e assumir que não tem opinião sobre determinado assunto.
Ao contrário do que muita gente pensa, ter a foto estampada acima de textos sobre tudo o que acontece não é a melhor maneira de conquistar respeito. A credibilidade é bem mais eficiente nesse sentido.
E para ganhar credibilidade, saber o que está falando funciona melhor que falar qualquer coisa sobre tudo.